Muitos ditados são verdadeiros aconselhamentos para se viver melhor, mas nem toda dita sabedoria popular é, de fato, sábia. No universo enológico, por exemplo, dizer que um vinho melhora com o passar dos anos é, no mínimo, uma meia verdade.
Sem dúvida, há vinhos que melhoram com a passagem do tempo. Os chamados vinhos evoluídos são assim nominados porque foram “preparados” para o envelhecimento. Ou seja, ganharam mais estrutura para aguardarem por mais tempo até o momento de serem abertos, explica o enólogo da Cooperativa Vinícola Garibaldi Ricardo Morari. “Para ter estrutura e envelhecer bem, o vinho deve ser elaborado com uvas com maior maturação e, no processo de elaboração, deve se extrair o máximo do potencial destas uvas (taninos e polifenóis), que darão longevidade ao vinho”, esclarece.
Os vinhos evoluídos, também chamados de vinho de guarda, costumam ser identificados nos rótulos por expressões como “Reserva” ou “Gran Reserva”. Muito importante para o processo de envelhecimento saudável do vinho são as condições a que ele foi submetido para que isso ocorra. Armazená-lo em local seco, fresco, ao abrigo da luz e perfeitamente vedado, para evitar a entrada de oxigênio, garante a qualidade.
Isso contribui para que cor, aroma e sabor – características que evoluem conforme o vinho ganha idade – sejam preservados. “O vinho ganha aromas terciários próprios do envelhecimento, sua coloração se torna mais dourada (no caso dos brancos) e atijolada (no caso dos tintos). Na boca, a tendência de um vinho que envelhece bem é de se apresentar com notas mais amanteigadas e macias. Quando o envelhecimento é ruim, as notas que aparecem são de oxidação, tanto na cor como no aroma”, explica Morari.
Brancos também podem envelhecer
De maneira geral, os tintos suportam melhor o envelhecimento, porém, essa também não é uma regra. Alguns deles são elaborados pensando em características mais jovens, sem que isso prejudique sua qualidade.
Embora o tempo máximo de consumo varie de acordo com as condições em que o vinho foi conservado, aconselha-se consumi-lo em no máximo dois anos, pois esse é o período em que irá apresentar suas melhores características de cor, aroma e sabor. “O momento ideal para o consumo é quando ainda preserva sua vivacidade. Sua cor ainda está com traços violáceos ou rubis (no caso dos tintos) e esverdeados (no caso dos brancos), seus aromas frutados e florais, e no paladar apresentam-se com maior frescor”, aponta o enólogo.
Alguns vinhos brancos também podem passar por processo de envelhecimento. Neste caso, a passagem por barrica, diz Morari, pode oferecer a esse vinho a estrutura para suportar um maior tempo de guarda. “O amadurecimento em barricas de carvalho é fundamental para que a madeira passe para o vinho a estrutura necessária para isso”, explica o enólogo.
Pela legislação, os vinhos são considerados produtos com validade indeterminada, portanto, não se pode determinar uma data específica para seu consumo. Contudo, o gosto particular de cada apreciador também é um importante fator a ser considerado. “Alguns preferem guardar os vinhos por mais tempo, pois veem a evolução de forma positiva, mesmo que algumas vezes eles podem ter passado alguns meses ou ano do momento ideal para serem consumidos”, comenta Morari.
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